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6 de março de 2020

TBW, DWPD e MTBF: entenda o que são antes de utilizar SSD

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Tempo de leitura: 10 minutos

Você sabe como usar as especificações DWPD, TBW e MTBF para escolher a unidade de memória SSD mais adequada às necessidades da sua empresa? De fato, a desinformação sobre as características dos dispositivos SSD pode levar a escolhas erradas, tanto técnicas quanto financeiras.

Em situações limite, empresas têm descartado o uso de armazenamento SSD por entenderem, de forma equivocada, que essa tecnologia apresenta uma vida útil muito limitada, sendo, portanto, uma solução muito cara.

Nesse post veremos como os indicadores DWPD, TBW e MTBF são particularmente úteis para que tenhamos a real noção da resistência de uma unidade de memória SSD.

Sobre o desgaste das memórias SSD

O desgaste sofrido com o tempo era um dos principais problemas enfrentados pelos HDs, com suas partes físicas e móveis. Nos SSDs, esse se tornou um problema menor, mas não foi eliminado.

Como se sabe, sucessivas gravações realizadas em células de memória SSD produzem desgastes, de forma a limitar sua vida útil. Esse fenômeno, conhecido como desgaste do flash, ocorre porque a camada de óxido nos transistores de porta flutuante do dispositivo começa a se quebrar. Devido a essa característica, muitas pessoas deduzem que memórias SSD são, por natureza, de baixa durabilidade.

Entretanto, isso está longe de ser verdade e os fabricantes oferecem produtos com diferentes níveis de “write endurance” (a capacidade de suportar reescrita de dados). Assim, no caso de memórias SSD de uso comercial, podemos encontrar:

  • Dispositivos mais indicados para uma escrita intensa (write intensive);
  • Aparelhos próprios para uma leitura intensa (read intensive);
  • Dispositivos para uso misto (mix use).

Assim, cabe a empresa avaliar suas principais demandas para fazer a escolha mais assertiva. Em todos os casos, há correspondentes variações de preços.

As diferenças entre SSD de uso comercial e de uso pessoal

Há uma clara distinção entre memórias SSD de uso comercial e de uso pessoal, principalmente no que diz respeito às exigências de desempenho, confiabilidade e resistência.

Um dispositivo SSD para uso comercial normalmente será exposto a um regime de trabalho intenso, muitas vezes funcionando 24 horas por dia, 7 dias por semana.

Por outro lado, memórias SSD para uso pessoal talvez passem mais tempo inativas do que ativas, tornando pouco relevante a questão de sua vida útil.

Assim, é óbvio que a exigência de desempenho seja muito maior nos SSDs de uso comercial e há alguns índices usados para medí-las que pode ajudar as empresas a fazerem a melhor escolha para as suas demandas.

Quer saber sobre estas diferenças? Nós temos um artigo especificando as diferenças entre SSD para uso pessoal e SSD Enteprise.




DWPD, TBW e MTBF

Dentro do período de garantia oferecido pelos fabricantes, normalmente de cinco anos, os dois indicadores mais comuns para a estimativa da resistência de uma memória SSD são:

  • DWPD: “Disk full Writes Per Day” (gravações de unidade por dia);
  • TBW: “Terabytes Written” (terabytes gravados);
  • E MTBF: “Mean Time Between Failures”(período médio entre falhas).


 

O indicador de gravações de unidade por dia (DWPD)

O DWPD indica o quanto um dispositivo SSD suporta de regravações diariamente ao longo de sua vida útil. Em outras palavras, é quantas vezes um SSD pode ter sua capacidade totalmente reescrita durante o tempo de garantia, medida em dias.

Por exemplo, para um dispositivo SSD de 100 GB com vida útil de 5 anos, se o indicador DWPD é igual a 1, significa que esse dispositivo poderá ter seus 100 GBs completamente reescrito todos os dias, durante os 5 anos de sua vida útil.

Ao final de sua vida útil, essa unidade SSD poderá acumular 182,5 Terabytes de dados gravados (100 GB X 365 dias X 5 anos ).

O indicador de terabytes gravados (TBW)

O indicador TBW refere-se à quantidade total de dados gravados que a unidade SSD pode acumular ao longo de sua vida útil. É, essencialmente, o resultado do cálculo que fizemos no exemplo anterior. Naquele caso, corresponderia exatamente aos 182,5 terabytes que calculamos.

Em outro exemplo, considerando agora uma unidade SSD com indicador TBW igual a 730, suas características são as seguintes:

  • A capacidade total suportada pela unidade SSD é de 730 Terabytes, acumulada ao longo de toda a sua vida útil. Excedida, o dispositivo pode precisar ser substituído.
  • Se a vida útil dessa unidade é de 5 anos, significa que ela suportará até 400 GB por dia ( 730 / (365×5) ). Se o dispositivo possui 400 GB de capacidade, isso significa que seu índice DWPD será de 1;
  • Ainda, se essa unidade for de 200 GB e seu DWPD for de 3, isso significa que ela terá 1,95 TB de TBW.

Como você pôde perceber, os índices de TBW e DWPD podem ser facilmente descoberto com algumas operações matemáticas simples, sendo que se você possui um, fica mais fácil de descobrir o outro.

No mercado, para unidades SSD de até 1 terabyte, a especificação TBW normalmente varia entre 75 e 150 terabytes.

O indicador de período entre falhas (MTBF)

MTBF é acrônimo para “Mean Time Between Failures”, que podemos traduzir livremente ao português como Período Médio Entre Falhas. Esse índice, diferentemente do TBW e do DWPD que mediam apenas a vida útil, aponta em quanto tempo um SSD pode falhar e descreve o quão confiável o dispositivo é.

Quanto maior for o valor atribuído a ele, maior será a confiabilidade no equipamento e a manutenção, consequentemente, será avaliada em questões de eficácia.

Esse valor já vem atribuído de fábrica nas especificações técnicas do equipamento e indica qual o tempo médio entres as falhas que irão ocorrer no dispositivo. Todos os cálculos são feitos de acordo com o procedimento de testes adotados pela fabricante e funcionam da seguinte forma:

Primeiro, é determinado o procedimento de testes com uma certa quantidade de equipamentos e a definição da duração do teste, medida em horas. Depois, esses valores são multiplicados, obtendo-se o total de horas ligado, ou TPOH (Total Power-On Hours).

Então, o total de horas ligado é divido pelo número de dispositivos que apresentaram falhas e o índice MTBF é estabelecido.

Contudo, é preciso ter em mente que esse valor nem sempre reflete a realidade. Afinal, na sua empresa o SSD terá funções e executará tarefas muito diferentes daquelas adotadas no procedimento de testes.

Além disso, é importante frisar que o MTBF de um fabricante não pode ser comparado com o de outra. Isso pois os procedimentos de testes não são padronizados e os resultados são exclusivos para os procedimentos feitos.




A resistência adequada para cada necessidade

Os fornecedores de dispositivos SSD oferecem diversas opções de configuração, tanto em termos de capacidade de armazenamento quanto em termos de resistência.

Porém, de uma forma geral, os valores mais comuns de resistência das unidades SSD são:

  • Para leitura intensa, DWPD de 0,5 ou até menos;
  • Uso misto, com DWPD em torno de 1;
  • Para gravação intensa, DWPD igual ou superior a 10.

Cuidados para preservar a vida útil das unidades SSD

Além de escolher especificações de TBW, DWPD e MTBF adequadas, alguns cuidados com os dispositivos SSD contribuem para preservá-los. Seguem algumas recomendações nesse sentido.

Não realizar desfragmentação do disco

A desfragmentação é um recurso clássico utilizado em discos rígidos para melhorar seu desempenho. Rearranjando os dados do disco de forma contígua, a desfragmentação facilita o acesso a ser realizado pelo leitor mecânico.

Entretanto, unidades SSD não realizam acesso mecânico aos dados, o que torna a desfragmentação absolutamente desnecessária. Além disso, desfragmentar implica em queimar ciclos de apagamento e inclusão de dados, reduzindo a vida útil da memória SSD.

Por isso, evite realizar a desfragmentação dos seus SSDs, deixando essa ação apenas para quando for extremamente necessário.

Ativar o comando TRIM

O comando TRIM, quando ativo, diminui o uso de ciclos de apagamento de dados, poupando a memória de maiores desgastes. Alguns modelos de dispositivos SSD não suportam o comando TRIM, principalmente os mais antigos.

Distribuir dados entre HD e SSD

Para quem usa armazenamento simultâneo em unidades HD e SSD, uma medida interessante pode ser a distribuição dos dados de forma a evitar escrita no SSD. A gravação de arquivos temporários, por exemplo, pode ser direcionada para a unidade HD. Isto pode custar performance, deixando o sistema mais lento, portanto avalie se vale a pena.

Não limpar as áreas vazias do disco

Assim como ocorreu com a desfragmentação, a limpeza das áreas vazias tornou-se desnecessária e prejudicial para as unidades SSD.

Conclusão

Conforme vimos, as especificações DWPD e TBW fornecem importantes indicações sobre a resistência das unidades de memória SSD. Mas essa informação, sozinha, ainda não é suficiente para se chegar à melhor solução quanto ao armazenamento de dados da empresa.

É preciso conhecer também o volume processado (ou a processar), bem como o uso que se faz desses dados. Por fim, temos agora condições de obter uma relação custo/benefício verdadeiramente otimizada, aproveitando todo o desempenho e a confiabilidade dos dispositivos SSD, ao mesmo tempo em que maximizamos a sua vida útil.

 
  

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