A virtualização pode ser definida como a criação de um ou mais ambientes virtuais, com recursos como memória, poder de processamento e espaço de armazenamento, a partir de um ambiente real – de onde todos os recursos dos ambientes virtuais são retirados.
Em termos menos técnicos, a virtualização permite rodar múltiplas máquinas virtuais em uma única máquina física que compartilhará todos os seus recursos com os ambientes virtuais criados a partir dela. Na prática, isso te possibilita instalar e rodar diferentes sistemas operacionais e aplicações de forma isolada, em uma única máquina física.
E, apesar de o termo “virtualização” ser relativamente novo, seu conceito já vem sendo explorado há um bom tempo. O particionamento de disco em computadores pessoais é um exemplo. Com ele, um único HD de 500 gigas é dividido em uma ou mais partições(C e D); uma sendo usada para arquivos de sistema e outra para documentos diversos.
Tipos de virtualização
Existem inúmeros tipos de virtualização, cada um criado para suprir diferentes necessidades, objetivos e tarefas. Abaixo, trouxemos os principais deles para você conhecer.
Virtualização de servidores
Na virtualização de servidores, um único servidor físico é dividido em um ou mais servidores virtuais. Um software conhecido como hypervisor faz essa divisão e possibilita, inclusive, a instalação de diferentes sistemas operacionais em cada um dos ambientes virtuais criados.
Estes ambientes virtuais são conhecidos como máquinas virtuais (VMs, na sigla em inglês) e executam uma imitação do hardware do servidor. É como se os recursos de um servidor físico, por exemplo, fossem divididos em diversos servidores virtuais que podem ser usados para diferentes necessidades. E isso acontece de forma isolada, quer dizer, a aplicação de uma VM não interfere na aplicação de outra VM, sequer no servidor físico.
Isso significa poder utilizar um único servidor para diferentes finalidades dentro da empresa. Por exemplo, se antes era necessário um servidor web e um servidor de e-mail, com a virtualização, uma única máquina consegue suprir as duas demandas sem qualquer problema.
Virtualização de aplicativos
Um grande problema dentro do setor de TI é a incompatibilidade entre aplicativos e sistemas operacionais e também entre si. O que traz a necessidade de investir em diferentes versões de softwares e máquinas com diferentes SOs.
Porém, a virtualização resolve esse problema de forma rápida e simples com a virtualização de aplicativos. Essa tecnologia consiste em armazenar todos os aplicativos usados na empresa dentro de servidores virtuais; de forma que eles não precisam estar instalados na máquina física dos usuários. Quando um colaborador precisa acessar um aplicativo, todo o processamento do mesmo é feito pela VM e transmitido para o desktop através da rede.
Assim, os problemas de compatibilidade deixam de existir e a empresa consegue fazer mais com menos. É possível, por exemplo, executar o pacote Windows Office em computadores Linux sem problemas. E para o usuário, não existe diferença alguma entre executar o aplicativo de forma nativa ou virtualmente.
Virtualização de desktop
A virtualização de desktop funciona de forma parecida com a virtualização de aplicativos. A diferença é que, ao invés de apenas apps serem virtualizados e usados de forma remota; todo o desktop, incluindo o sistema operacional e todos os seus aplicativos, é armazenado em máquinas virtuais e fica disponível para uso através de uma rede.
Na prática, seria como isolar um Windows 10 Professional da máquina que vai usá-lo. O que poderia ser um desktop, um notebook ou até mesmo um dispositivo simples como um Thin Client.
Com isso, os usuários podem trabalhar de qualquer dispositivo, sem a necessidade de ter o seu ambiente de trabalho instalado em sua máquina. O que abriu um horizonte de possibilidades e foi o principal responsável por novos modelos de trabalho como o BYOD.
No BYOD (sigla para Bring Your Own Device), em português: traga o seu próprio dispositivo, os colaboradores trabalham através dos seus próprios aparelhos, como notebooks, tablets e smartphones. O que possibilita o trabalho remoto para agentes que vão a campo ou até mesmo no modelo Home Office, já que todo o ambiente de trabalho estará disponível em qualquer dispositivo.
Agora que você já sabe o que é virtualização e quais os seus tipos, vamos entender como essa tecnologia funciona.
Como funciona?
A virtualização é feita por softwares chamados de hypervisors. Esses softwares são os responsáveis por “dividir” os recursos da máquina física, como CPU, memória e armazenamento, em fatias menores. Após dividir os recursos, o hypervisor simula, dentro de cada fatia do hardware físico, um novo hardware virtual, chamado de máquina virtual(VM).
Cada máquina virtual criada pode ter capacidades diferentes conforme a necessidade. A VM que vai rodar aplicações, por exemplo, precisará de mais memória; enquanto a VM que vai armazenar arquivos e bancos de dados vai precisar de mais espaço de armazenamento. Dessa forma, os recursos da máquina física vão sendo alocados conforme a demanda nas VMs.
Após a criação das máquinas virtuais, cada uma delas recebe um sistema operacional – que pode ser diferente para cada VM. E cada SO estará completamente isolado dos demais. Também usará apenas os recursos que lhe forem dedicados e se comportá como se estivesse em um máquina física comum.
Mas qual é a vantagem dessa tecnologia?
Por fim, você pode estar se perguntando: mas qual a vantagem da virtualização?
Imagine que você tem 3 servidores, cada um sendo usado para um propósito individual. Um deles é um servidor web, outro, um servidor de e-mail e o último, um servidor de aplicativos internos. Dessa maneira, pode ocorrer de apenas 30% da capacidade de cada servidor está sendo usada. E 70% dos recursos que você investiu estão sendo desperdiçados!
Mas como as aplicações de cada um deles são importantes e não podem estar em um mesmo servidor, é necessário uma máquina para cada aplicação. Com a virtualização isso deixa de acontecer!
Essa tecnologia te permite armazenar todas as 3 aplicações em um único servidor sem gerar conflitos. De forma que 90% da capacidade de uma única máquina estarão sendo utilizados e os outros 2 servidores deixam de ser necessários. Em grandes empresas, com enormes data centers, isso significa uma economia gigantesca. E em empresas menores, deixa de ser necessário comprar vários servidores de pequeno porte para diferentes aplicações. Pois um único servidor mais robusto pode ser virtualizado e servir para todas as necessidades.
Mas para além da economia com hardware, com a virtualização as empresas passam a ser mais eficientes. Diminuem também os custos com energia, já que serão menos máquinas consumindo; precisarão de menos espaço físico para a alocação de racks de servidor, data center, etc; e ainda poderão se recuperar mais facilmente de falhas e desastres, além de inúmeras outras vantagens e benefícios.
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