O que significou a chegada da cloud computing (computação na nuvem) para o mercado de data centers? Como se sabe, a cloud computing trouxe uma série de novas possibilidades para quem precisa consumir recursos de TI.
Para as empresas que consomem tecnologia, optar pela nuvem tornou-se um caminho natural, uma tendência, ancorada por vantagens significativas. Qual é, então, o destino das antigas instalações próprias e dos tradicionais data centers que prestavam serviços para essas empresas? Conforme veremos a seguir, o mercado de data centers também passou por uma adaptação para se adequar à nuvem.
A necessidade de consumir recursos de TI
A constante evolução das tecnologias torna obrigatória a adequação a elas. Tecnologias como internet das coisas, Big Data e Software como Serviço são essenciais para que as empresas se mantenham competitivas. Assim, é preciso que uma estrutura adequada esteja à disposição das empresas para a utilização desses e de outros recursos.
Ora, a maior parte das empresas não tem a tecnologia como seu negócio principal, embora seja extremamente dependente dela. É nesse contexto que entra em cena o mercado de data centers, oferecendo toda a infraestrutura tecnológica necessária às empresas.
Não por acaso, o mercado de data centers segue crescendo, tanto em termos de oferta de serviços quanto em qualidade. Além das necessidades internas de processamento, cada vez mais empresas oferecem serviços diretamente sustentados por uma infraestrutura digital. É o caso, por exemplo, dos serviços de streaming de vídeo e música, do comércio eletrônico, das redes sociais, etc.
A cloud computing no mercado de data centers
O desenvolvimento da nuvem trouxe novas possibilidades, tanto para as empresas que consomem quanto para as que fornecem tecnologia. De um lado, empresas dos mais variados portes e segmentos têm optado por desativar seus data centers próprios, passando a adquirir os serviços fornecidos por provedores.
São muitas as facilidades oferecidas pela cloud computing, como por exemplo:
- Redução direta de custos, uma vez que a empresa deixa de investir na aquisição e manutenção de infraestrutura (hardware e software);
- Acesso a recursos avançados de TI, como versões atualizadas de softwares;
- Ganhos de produtividade, oferecidos pela mobilidade no acesso aos recursos;
- Etc.
Anteriormente, as restrições orçamentárias para investimento em TI constituíam, por si só, um limitador para o crescimento dos negócios. Um levantamento feito pela Unisys para o mercado latino-americano mostra que, empresas que estão migrando para soluções na nuvem têm obtido uma redução direta de custos com TI da ordem de 20%.
Do lado dos provedores de serviços, o que se vê é que o rápido crescimento da procura por serviços em nuvem está abrindo oportunidades para que os proprietários de centros de processamento de dados aluguem suas instalações, em regime de co-locação, por exemplo.
Há, nos últimos anos, uma intensificação de fusões e aquisições de data centers, revelando um movimento de acomodação do cenário. Na maior parte dos casos, as transações envolvem operadores concorrentes, ora unindo-se em joint-ventures, ora incorporando empresas menores ou sendo incorporados por empresas maiores, sempre no sentido de formar estruturas mais robustas.
Além disso, há também a aquisição de instalações desativadas por empresas que partiram para o consumo de serviços da nuvem. O resultado final é um expressivo crescimento do número de centros de dados ligados a provedores de cloud computing.
Tendências para o mercado de data centers
Uma estimativa do Gartner Group indica que, até 2022, 80% das grandes empresas da América do Norte terão desativado por completo seus data centers próprios. Outro levantamento, da Cisco Global Cloud Index, aponta para um aumento do tráfego de dados em nuvem da ordem de 3,7 vezes entre 2015 e 2020, passando de 3,9 zetabytes para 14,1 ZB. Um zetabyte corresponde a um trilhão de gigabytes.
Esse mesmo estudo indica que em 2020, 92% do processamento de dados será feito por provedores em nuvem, contra 8% realizado por data centers tradicionais. Estima-se ainda que haverá um crescimento significativo do uso da nuvem pública, que responderá por 68% de toda a carga de processamento em nuvem, contra 49% em 2015.
Algumas tecnologias, como a Internet das Coisas (IoT) e o Big Data, serão responsáveis por um gigantesco crescimento do volume de dados trafegados e processados pelas empresas. Só a IoT deve passar a gerar, em 2020, algo em torno de 600 zetabytes de dados por ano.
Por sua vez, o Big Data deve ser um dos responsáveis por elevar o total de dados armazenados em data centers para algo em torno de 915 exabytes, cinco vezes mais que o total armazenado em 2015. Um exabyte corresponde a um bilhão de gigabytes.
Com todo esse crescimento no volume de dados trafegados e armazenados, abre-se cada vez mais espaço para os chamados datacenters hyperscale, que se caracterizam pela eficiência na adaptação aos volumes exigidos. Um efeito interessante que o crescimento de datacenters deve trazer diz respeito aos fornecedores de hardware e software. Cada vez mais essas empresas terão como consumidores os data centers e não mais as empresas em geral.
O que muda nos data centers
Uma imagem futurista (talvez nem tanto) que se projeta é a de que serviços de TI venham a ser fornecidos de forma similar à eletricidade, com altíssima disponibilidade e baixo custo.
Os data centers baseados em nuvem certamente têm importante participação nesse cenário.
Pelos próximos anos, os data centers estarão na linha de frente da absorção de importantes mudanças, como:
- A ampliação do uso da Internet das Coisas (IoT);
- A tecnologia de Edge Computing, com aumento de processamento em dispositivos locais, trazendo ganhos de tempo de resposta e alívio na carga de processamento de servidores;
- A conectividade com as redes 5G;
- O uso crescente de sistemas de armazenamento baseados em dispositivos SSD;
- Ampliação dos recursos de segurança da informação, com a ampliação do uso da biometria e da inteligência artificial.
Como resultado, haverá também uma natural adequação de perfis das equipes de TI.
Conclusão
Conforme vimos, a acelerada evolução dos recursos tecnológicos representa um grande estímulo para o mercado de data centers.
As empresas de um modo geral serão cada vez mais dependentes de fornecedores que possam oferecer recursos avançados e facilidade na absorção de volumes de processamento e armazenamento de dados.
E com a cloud computing, cada vez mais veremos o crescimento de data centers baseados em software (SDDC), isto é, com toda a imensa infraestrutura de hardware comandada e configurada a partir do fornecimento de serviços.