25 de janeiro de 2019

Como a inteligência emocional pode facilitar a gestão de mudanças

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gestao de mudanças
Tempo de leitura: 7 minutos

A tecnologia e o mundo dos negócios vivem um momento extremamente dinâmico em termos de inovação, o que torna crucial a necessidade de uma eficiente gestão de mudanças nas empresas.

Afinal, inovar e implantar mudanças não pode comprometer a competitividade e os indicadores de desempenho da empresa. Ao contrário, deve melhorá-los.

Entretanto, além das questões tecnológicas e mercadológicas, e até acima delas, a gestão de mudanças lida com o fator humano.

Muitas vezes, o sucesso ou o fracasso da implantação de uma mudança tem relação direta com a forma como ela é recebida pelas pessoas.

E por ter de lidar com o fator humano é que veremos neste artigo como a inteligência emocional pode contribuir para uma gestão de mudanças mais efetiva.

O que é gestão de mudanças

Em Tecnologia da Informação, a mudança é uma constante, seja porque o ambiente do negócio muda, seja porque a própria tecnologia muda.

Porém, a mudança não é algo que possa se instalar de forma automática. Ela produz impactos e sua implantação exige planejamento e acompanhamento.

Assim, a gestão de mudanças é uma das atividades definidas pela ITIL (Information Technology Infrastructure Library), a principal referência existente no mercado sobre melhores práticas em gestão de TI.

A gestão de mudanças se faz necessária não só porque mudanças apresentam certa complexidade técnica e envolvem diferentes áreas, mas também porque encontram resistências internas.

Há resistência inclusive para a aceitação da própria gestão de mudanças, tida por muitos como uma instância meramente burocrática, que reduz a agilidade da empresa.

Como agilidade é outro requisito bastante exigido atualmente, não é raro que ele seja tomado como argumento para a ausência de uma melhor gestão de mudanças.

Porém, em muitos casos, a resistência à gestão de mudanças nada mais é do que a própria resistência às mudanças, uma tentativa de conservar o modo como as coisas sempre foram feitas.

Como as pessoas percebem e recebem as mudanças

Para as pessoas, a implantação de uma mudança no ambiente de trabalho pode ser um momento de muita tensão emocional.

Com certa frequência, reações como medo, frustração, ansiedade, desamparo e confusão podem aflorar.




Segundo especialistas, a experiência de passar por mudanças no trabalho pode ser emocionalmente tão intensa quanto a de perder um ente querido.

Como consequência, esse desgaste físico e emocional pode produzir uma resistência ainda maior à mudança.

Racionalmente, não é desejo de ninguém opor-se às mudanças. Tomar essa posição é colocar-se contra a organização e prejudicar a própria carreira.

Porém, de forma incontida, surgem preocupações que muitas vezes nem se justificam, como um instintivo mecanismo de autodefesa.

A inteligência emocional na gestão de mudanças

De forma resumida, podemos entender a inteligência emocional como a capacidade que uma pessoa tem de identificar e saber lidar com suas próprias emoções.

A inteligência emocional envolve habilidades como o autoconhecimento, o controle emocional, a automotivação, a empatia e o desenvolvimento de relações interpessoais.

Faz parte desse conjunto a capacidade de adaptação, que pode ser aprendida e é a solução ideal para lidar com a resistência às mudanças.

Para quebrar definitivamente a resistência, mais do que preparar-se para uma mudança, é preciso adotá-la.

Conforme veremos a seguir, algumas práticas podem ajudar nesse sentido. E elas não devem ficar restritas a você.

Disseminar técnicas de inteligência emocional para toda a organização tornará a gestão de mudanças muito mais eficiente.

#1. Identifique a fonte de sua resistência

Autoconsciência é a chave para entender as razões que o levam a levantar barreiras contra as mudanças.

Esse exercício pode levar a atitudes práticas. Por exemplo:

  • Se sua resistência está relacionada ao temor de não estar suficientemente preparado para o novo cenário, você pode estabelecer um plano de reciclagem que inclua o aprendizado das novas habilidades requeridas.
  • Se o seu temor está relacionado a uma possível perda de autonomia, procure formas de engajar-se no processo, deforma que você não perca espaço com a chegada das mudanças.

#2. Questione-se quanto à sua forma de reagir

A forma como reagimos a um estímulo externo é reflexo direto da forma como o interpretamos.

Entretanto, nossas interpretações carregam uma grande dose de reação subconsciente, nem sempre em correspondência com a realidade.

Assim, faça a si mesmo perguntas como:

  • Qual é a principal emoção que eu estou manifestando diante dessa determinada mudança? Medo? Raiva? Frustração?
  • Qual é a crença que eu carrego internamente e que está me levando a essa manifestação?

#3. Reconheça sua corresponsabilidade na situação

Não é fácil reconhecer a parte que nos cabe na criação de uma situação negativa.




Entretanto, pessoas autoconscientes entendem como suas atitudes e comportamentos exercem influência sobre a experiência da mudança.

Nesse sentido, a prática da atenção plena pode ajudar no exame dos sentimentos e no entendimento de seus efeitos sobre as atitudes que tomamos.

Entendendo como uma reação inicial inadequada contribui para a formação de cadeia negativa de eventos, torna-se mais fácil encontrar um ajuste nas atitudes de forma a ficarmos mais abertos a novas perspectivas.

Em consequência, muda significativamente o modo como reagimos a tudo.

#4. Adote uma visão mais positiva

Estudos comprovam que uma perspectiva mais positiva é suficiente para nos tornarmos mais receptivos às mudanças e para nos abrirmos a novas possibilidades.

Alguns questionamentos podem nos ajudar a pensar de forma mais otimista. Por exemplo:

  • Quais são as oportunidades que essa determinada mudança está trazendo?
  • Como essas oportunidades vão ajudar a mim e aos outros? 

Uma forma prática de estabelecer uma perspectiva mais positiva está em mudar o foco, de “minimizar perdas” para “identificar oportunidades”.

Conclusão

Uma organização sempre será composta por pessoas.

Dessa forma, promover mudanças em uma organização sem considerar o impacto sobre as pessoas é dar margem para o insucesso.

Não se pode ignorar o fator humano. E não se trata de aceitar as resistências e renunciar às mudanças, mas sim o oposto.

Conforme vimos, técnicas que trabalham a inteligência emocional podem não apenas preparar as pessoas para a mudança. Mais que isso, elas podem levar as pessoas a adotar a mudança.

Assim, uma boa gestão de mudanças deve ter nessas técnicas de inteligência emocional uma ferramentas básica e essencial.

O que você acha desta abordagem? Comente abaixo sua opinião!

 
  

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